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Em caminho totalmente oposto ao do setor de veículos novos, a reparação automotiva passa por momento positivo. Esta impressão fica clara na Automec, feira de de autopeças voltada ao aftermarket que acontece entre 25 e 29 de abril no pavilhão do São Paulo Expo, na capital paulista. O evento mira o mercado de manutenção, peças e serviços para a frota nacional que soma 42 milhões de veículos, entre leves e pesados.

“A explosão de vendas de carros anos atrás nos garantiu um bom mercado hoje. As pessoas estão segurando a troca do automóvel e fazendo a manutenção no modelo que já têm na garagem. Há muitos veículos comprados naquela época precisando de reparação agora”, observa Rodrigo Carneiro, presidente interino da Andap. Antonio Fiola, presidente do Sindirepa, entidade que representa as oficinas independentes, concorda que a situação é favorável para o segmento. “Hoje temos um bom fluxo de veículos chegando até nós e boas condições para atendê-los. No momento de alta nas vendas tínhamos dificuldade para encontrar mão de obra, que era atraída pela indústria e rede de concessionárias”, conta. 

A crise, no entanto, apesar de favorecer o setor de reparação automotiva, abala o caixa das empresas de autopeças que vão à mostra. Com isso, a Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora do evento, decidiu voltar a reunir em uma só exposição os expositores de componentes para veículos leves e pesados, que se revezavam ano a ano em edições separadas, para fazer uma só Automec bianual. 

Asim, esta é a primeira feira desta nova fase. A decisão, aparentemente, foi certeira. Há tempos a Automec não tinha uma edição tão promissora: são mais de 1,5 mil expositores espalhados por toda a área do enorme pavilhão de eventos, número 39% superior ao da mostra anterior e a expectativa é atrair 70 mil visitantes. 

Participação saudável da reposição

Dados do Sindipeças indicam que o faturamento líquido do setor de autopeças com o aftermarket cresceu 2,3% em 2016 enquanto as receitas obtidas com as vendas às montadoras encolheram 1,3% na comparação com o já fraco resultado de 2015. Nesse cenário, a reposição ganhou importância e passou a responder por cerca de 23% do faturamento desta indústria. É um número importante considerando a projeção da entidade de que as receitas totais das fabricantes de autopeças chegarão a US$ 20,3 bilhões em 2017. 

Quando os negócios no segmento de componentes originais iam bem, a participação do aftermarket era de 14%. “O ideal é que a gente mantenha a importância da reposição em torno de 20% mesmo quando as vendas de novos melhorarem. É um patamar saudável. As empresas passaram a ter um grande negócio no aftermarket e pretendemos manter assim”, avalia Elias Mufarej, conselheiro da entidade responsável pelo segmento de reposição. 

Segundo ele, recentemente o Sindipeças tem sido procurado por uma série de companhias que produzem componentes, mas não atuavam no aftermarket e agora pretendem entrar nesse mercado. Mufarej percebe este mesmo movimento na Automec. “A edição deste ano conta com a presença de uma série de empresas que nunca vieram à feira simplesmente porque não vendiam para esses clientes”, diz. 

Na expectativa pela rota 2030 

Enquanto ameniza o impacto da crise com os negócios no mercado de reposição, o setor de autopeças aguarda a definição da política industrial Rota 2030, sucessora do Inovar-Auto que está em etapa de elaboração no governo federal. Uma das prioridades da nova legislação será o incentivo à cadeia de autopeças. Igor Carvet, secretário do desenvolvimento do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), participou da abertura da Automec e lembrou que o Inovar-Auto concentra esforços em proteger e estimular os negócios das montadoras. A ideia agora é trabalhar para dar impulso à indústria nacional de autopeças, garantindo competitividade para que ela passe a integrar o mercado global. O programa completo deve ser anunciado no fim de agosto.